sábado, 15 de maio de 2010

Antero de Quental...

Mea Culpa
Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E a homem vá subindo insecto e seixo.

Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem ao céu da vida noite fria:
Não chamo à existência hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à Lei desleixo.

A Natureza é minha mãe ainda...     
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir; se estou desesperado;

Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário